sexta-feira, 19 de março de 2010

O meu Papá...

Papá….

Há uns tempos atrás descobri em mim que a escrita me faz bem no justo papel de ser portadora e reveladora das minhas emoções, sejam elas boas ou tristes, intensas ou serenas…

Entretanto, rendida que me vi à era da comunicação pela internet criei este espacinho onde me quero revelada ou escondida conforme os meus apetites. É certo que se trata de um meio de (constrangedora) exposição pública mas, ainda assim, de possível intimidade dado que só poucos (e muito bons) sabem quem verdadeiramente é a Feiticeira…

Portador e revelador de emoções minhas, não podia deixar de fazer deste Blog o meu cúmplice neste tímido tributo a ti, neste dia teu que, afinal, é só mais um dia em todos os dias que sempre, desde que nasci, foram teus: O Dia do Pai…

Papá…

Sempre que me apetece dizer-te coisas bonitas na tentativa de fixar-nos num quadro perfeito de Pai e Filha dou comigo a rebuscar imagens no meu baú de (tantas!!) memórias boas. Enredada que aí fico quase se torna tarefa complicada eleger uma delas e, dessa forma, erguê-la ao pódio de “Imagem Perfeita”. Quase, digo eu porque, na verdade, na abundância das boas memórias há uma que desde sempre e sempre se destacou das outras: tu a convidares-me para dançar e eu, com ainda sem meia dúzia de anos feitos, exultante, a aceitar; e tu agarravas-me nas mãos, eu subia aos teus pés, orgulhosamente empoleirada; e nós, alheios a tudo e a todos, sobranceiros que estávamos num harmonioso equilíbrio espelho do que verdadeiramente sempre fomos como Pai e Filha. É este o nosso quadro perfeito!...

Podia aqui ainda falar-te das outras memórias boas: do quentinho que invade o meu coração quando te oiço falar das tuas aventuras e desventuras políticas, do orgulho que sinto pelo homem de luta que sempre foste, da tua capacidade de resistência e resiliência em prol da família; da gratidão que te tenho por seres o meu fã número Um (e desde pequenina!). Podia revelar-te como tantas vezes pauto o meu sentido de vida para estar à altura das tuas expectativas, dos teus sonhos, dos teus projectos e como , todas essas vezes, percebi que, afinal, “só” desejas a minha Felicidade, que sempre respeitaste e acreditaste nas minhas escolhas… Como esquecer-me ainda da tua ternurenta paciência no ensino da condução? Lembras-te, Papá? Ou então o Homem que foste quando, completamente desfeita, te dei conta da mais difícil decisão da minha vida. Outra memória mais recente: como te tornaste um homem (mais) amoroso nesta fase dócil e serena da vida…

Que Pai maravilhoso sempre foste e és e serás!

A quem me lê, para além do meu Papá:

O meu Pai é um homem extraordinário.

Nunca lhe conheci azedume, contrariedade, desistência ou qualquer sinal de negativismo. É um ser humano dotado de um sentido de humor inigualável, de sorriso fácil e com um sentido positivo da vida. É um ser humano solidário e sempre lutador pelos direitos dos outros, fundamentalmente quando estes eram oprimidos e até postergados. É um homem doce, afável. Um homem culto, curioso, não resignado às evoluções. É um Pai atento, cuidadoso. Um Pai que lutou para dar aos filhos valores, afectos e formação.

Não há maior satisfação do que perceber e sentir, sem sombra de dúvida, que este meu reconhecimento está protegido de qualquer mácula de tendenciosidade já que o Meu Pai é assim visto por todos o que com ele tiverem e têm o privilégio de conviver.


Papá… vou amar-te sempre e sempre com este carinho e ternura imensuráveis.


Feliz Dia, Papá!

2 comentários:

  1. Querida Feiticeirinha,
    Depois de algumas tentativas(já que enviei para o lixo a tua msm com o endereço que me deste) lá consegui entrar no teu blog. Não tenho dúvidas de que é este... o discurso "entrega-te", de imediato. E... como gostei do que lá dizes! Como me identifico com a apologia que fazes desse SER HUMANO que é o teu(agora,se me permites, NOSSO)pai!
    É, feiticeirinha, apesar dos seus feitios tão distantes, ambas sabemos que tivemos o privilégio de termos(eu ainda sinto o meu sempre junto de mim, a colocar-me a mão por baixo) pais que dedicaram as suas vidas ao bem estar dos seus filhos e da HUMANIDADE. Lutadores constantes por um MUNDO melhor. Isso dá-nos um grande orgulho. O meu já partiu, mas estará sempre presente. Os valores de liberdade, solidariedade e de coragem que transmitiram e transmitem em muitas gerações, nomeadamente em períodos perigosos,fazem parte do tal "baú" da nossa aprendizagem e que nós nunca fecharemos. Um bjinho

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  2. manuelaestrela53@gmail.com23 de março de 2010 às 10:22

    Joana,

    Esta tua dissertação ao Pai, ao teu papá, é simplesmente magnífica!

    Doatada de uma sensibilidade sem par, tu desenvolves emoções (guardadas no baú)que se assemelham a um conto de fadas!

    Bonito de ler! Sentidas palavras de uma filha que dedica o seu ser, ao seu pai, como homenagem de viver!

    Porque não te dedicas a escrever "contos": de emoções, de brincadeiras, de tristezas, de lazer...de tudo o que te der na "gana"- é que tens muito jeito literário - e depois...é só deixar a pena correr por aí...

    Gostei muito Joaninha.
    Beijinhos antecipados para uma "estrela" que se avizinha!
    Tive o privilégio de te conhecer! (Também andei contigo ao colo, convém não esquecer!).

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