segunda-feira, 27 de setembro de 2010

... ainda antes de adormecer...


Li e reli os textos deste meu Blog ("meu blog", pomposo não é? enfim...)


Na verdade, alguns são, bons textos, não há que ser falsamente modesta. Nunca o fui e não vejo razões para o ser agora. Vi-me mesmo surpreendida com os comentários que ia cogitando à medida que ia lendo os textos ao ponto até de achar que não era eu a sua autora de tão poéticos que me soavam.

Outros, obviamente, são medianos, simples relatos de fragmentos da minha existência também ela tão simples.

Não pude, porém, deixar de concluir que este blog tem uma carga triste, nostálgica, saudosa e demasiado agarrado a emoções que teimo em convocar para o presente quando as mesmas deveriam estar no protector lugar do "foram, eram, aconteceram".

E quando me deparei com a necessidade de escrever algo mais "light", senti-me incapaz. Porque, neste momento, é essa minha alma nostálgica e intensa que comanda a minha vida.

Permito-me tantas e um sem número vezes que a alegria me invada e rio, e digo tontices, e faço disparates, e sorrio com tanta facilidade, mas quando chego aqui, no momento de desaguar os textos, como que deixo cair o manto e desnudo-me até à nostalgia...

E sorrio, ainda assim, ante esta quase inevitabilidade. E rendo-me a ela, mesmo acreditando que não há ninguém nem nada neste mundo que mereça tal nudez...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Apeteceu-me isto... hoje...

Eu gosto muito do Outono...



O doce cheiro das castanhas a assar no embalo dos cânticos da vendedoras, o Sol teimoso numa afirmação de força ante as ameaçadores nuvens, os gritos das crianças de regresso ou de ida para a escola ..... e uma maravilhosa vista da cidade velha enquanto tranquilamente aprecio a passagem da manhã para a tarde...

No Verão não há esta doce nostalgia, não há tempo para aconchegarmos o casaco no impulso de resposta a um vento frio que nos sopra junto ao pescoço. Não há este calor envolvente quente como um abraço, não há luz tórrida, vermelha-fogo, a esgueirar-se entre os prédios de velhas fachadas orgulhosas de outros tempos...

Como eu gosto de divagar no tempo sem tempo...

Apeteceu-me escrever isto porque hoje me sinto rendida à estação... e vou sair por aí com a melodia e o verso “vou viver como alguém que espera um novo amor” que me ficou desde manhã quando ouvia no carro o álbum da Ana Carolina em CD... (( é linda essa música ...)))

Um sorriso Outonal..