quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Mar ...

E sempre que chego ali, àquele limite ilimitado tido em mim como libertador, o meu Ser como que renasce!

Os cheiros enfeitiçam-me, a brisa afaga-me, a imensidão pacifica-me, os sons embalam-me...

Como eu preciso desses momentos para me resgatar dos labirintos em que me deixei perder durante a semana.
Às vezes questiono-me se não me deixo neles perder, confundir e (enfim) extenuar, propositadamente na ânsia de viver a sensação desse renascimento....

Enquanto cravo os pés na frescura da areia e procuro encontrar uma possível coreografia nos vôos esvoaçantes das gaivotas, sinto-me tomada pela harmonia do ambiente e, aí, pelo banal e vital respirar, em jeito de catarse, reencontro-me! É maravilhoso...

Não sei se o Mar tem este efeito sobre todas as pessoas e -francamente!- também não me importa.
Quanto a mim, ele é o companheiro perfeito: entende-me no silêncio, não pergunta "porquê?", recebe-me depois das ausências silentes e reinventa-me na simplicidade da sua existência.
A ele me entrego com a força de todos os sentidos bem segura de que os meus segredos nele vivem...

Jamais dispensarei na minha vida este pequeno mas indefectível prazer de tornar o Mar meu cúmplice pois que são estes momentos de confissão, entrega e reinvenção que me fazem como sou e me conferem a plenitude.

Feitiços e poções de maresias...