quinta-feira, 20 de maio de 2010

sem título....

Não tenho tempo para grandes e elaborados textos até porque hoje foi um dia cansativo (muito cansativo!) mas impunha-se uma palavra antes de o tal dia cansativo terminar:

EU AMO OS MEUS PAIS, por serem meus pais mas, muito mais, por as pessoas que eles são...

Hoje, depois de tantas tropelias e aventuras e tensões e alegrias, vê-los sentados num murete, lado a lado, a conversar o resultado de uma consulta médica, partilhando a felicidade das boas novas, como se dois jovens namorados fossem, foi a visão do que é (se existir) o Céu...

Confesso -aqui e agora- que -lá e e naquele momento- me detive alguns segundos a vê-los. A serenidade e a doçura eram uma espécie de bolha que eles construíram, impuseram e assim ali se protegeram num cenário de dezenas de pessoas no vai-e-vem da vida de um hospital... E sorriam-se. Como só sabe sorrir quem tem mais de meio século de cumplicidade e vida partilhada... Fui invadida por uma paz inexplicável e pela certeza de que não mais poderei amar alguém assim, com esta intensidade...

Um dia se eu for mãe e parte de um casal integrando essa realidade de "PAIS" irei lutar para ser, no mínimo, metade do que eles foram e são para mim...

Um beijo com o feitiço de uma filha que sempre teve a honra de ser "alvo" de um sentimento mágico....

6 comentários:

  1. Que SORTE têm uns PAIS com uma filha assim...
    Que bom exemplo de amor...
    Que sentimento tão forte que liga tal filha aos seus pais!

    Parabéns Joana és a mágica mais mágica que já conheci!

    Beijinho Nela

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  2. Feiticeirinha,
    não ando num bom momento... ou melhor estou a viver um "agora" muito marcado pela revolta e pela desilusão. A desilusão de perceber que as situações narradas por Kafka, na sua obra "Metamorfose" e por Malraux, na " Condição Humana", afinal são verosímeis, fazendo parte de uma realidade que nos envolve e que, quando menos esperamos, nos cai em cima, deixando-nos incrédulas e atónitas. Então pensamos como é possível termos confiado totalmente e durante anos numa pessoa que,descobrimos agora, nos enganou todo o tempo!... Porque ficamos cegos!
    E, só mesmo o elo que criamos com os nossos pais são verdadeiros e libertos de interesses. Então os pais, esses estarão sempre prontos a colocar a mão por baixo para amparar os seus filhos.
    Um grande beijo de saudades.
    Sou quem sabes.

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  3. xororo e pegulinho disse:
    mais do que dizer o que sentimos
    PELA NOSSA FILHA,que reside no sentimento e no o orgulho de termos uma filha que tem todos os dons que uma natureza pode dar. que sentimento
    temos GRAAAAAAAAANDDDEEEEE.

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  4. Ora bem! Será que ficaram tão curiosos como eu?!!! É que ninguém sabe quem são estes anónimos que assinam com os "nominhos" de Xoxoro e Pegulinho,pois não?!!! E que lindos nomes... tão lindos quanto os seus donos... tão simbólicos quanto a capacidade que tiveram de "moldar" essa amêndoa que floresce, não apenas uma vez por ano, mas todos os dias. Dentro da sua panelinha mágica, temos esta feiticeira que distribui afectos por toda a gente... estando sempre presente nos momentos mais difíceis. Falo por mim... mas sei que é o sentimento de todos.
    É. Esse sentimento grande domina todos quantos com ela privam.
    Parabéns Xoxoro e Pegulinho... ter feito "melhor é impossível".
    Bjocas para todos... num dia que acordou, de novo frio e chuvoso, aumentando a saudade que tenho de vós.

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  5. Olá, Amiga Feiticeira!
    A propósito deste texto tão sentido e que tão tarde vim (re)visitar: lembro-me de uma crónica que escrevi a pedido de um jornal e que viria a sair um pouco depois do Dia da Mãe... Versou sobre o tema e acho que espelha também sentimentos intensos por quem nos trouxe ao mundo, que espero não me leves a mal partilhar no teu espaço...
    Foi assim:


    Depois do Dia da Mãe…

    Olá, Mãe!
    O mundo criou uma data para tudo, mas algumas têm um sorriso mais rasgado do que as outras no rigor do calendário.
    Ora, uma vez que esta crónica vem a lume um nada depois do teu dia, desejo que ela seja um recanto de afecto nesse misto de evocação e de cultura!
    Por falar nestas coisas: lembras-te de como no Dia da Árvore, há uns anos atrás, plantei uma oliveira sob a janela do teu quarto e agora está transformada em rama alta onde até a rola turca já fez ninho?
    É tão bom reparar em como a vida cresce assim tanto ao pé de ti!!!
    Eu próprio já não sou esse menino de bata branca que levavas à escola ou metias com ternura sobre o colo quando se fazia quase tarde para chegar ao começo da doutrina! Já não sou essa criança a quem ensinavas as tabuadas e as letras - mesmo quando, após um dia duro, era um pouco de repouso o que mais te apetecia e precisavas. Não. Já não sou o rapazinho a quem gritavas um aperto no peito se me vias trepar as laranjeiras e parecia de repente que no mundo tudo girava ao meu redor, tão grande era o medo que tinhas de eu cair e acabar...
    E recordas-te de como nas ocasiões de maior fúria me arrancavas da bulha com os amigos e ambos descíamos a calçada, comigo tão saudoso de ganhar um dia como tu as guerras todas e todos os respeitos ou olhares de espanto?!!!
    Bem sei que a tua figura teve sempre um tratamento especial no imaginário e na literatura. Mas, mesmo que nunca alguém alguma vez te enaltecesse, eu próprio confessaria aqui que és uma presença feliz no íntimo dos meus passos, tantas vezes decalcados num andar igual ao teu, nada fácil de seguir ou de imitar! Eu próprio agora me revejo e revisito a dar-te pelo arco da cintura, sem que isso significasse que até nessa altura não caminhássemos já ombro a ombro e coração com coração!
    Mais tarde, entrei para o liceu e sonhei como tu o meu noivado ao pé das árvores com dois nomes no tronco gravado a canivete…
    De maneira que, aos poucos, a infância deu lugar ao bolo com mais velas nos teus anos. E fiz-me um homem, sem notar que se ia tornando cada vez mais branco sob o esquecimento da pintura o teu cabelo. Ou que havia uma ruga mais funda a virar rego assim que te corria uma lágrima de tristeza ou de alegria pela face…
    Só que nem por isso nos largámos a mão ou se tornou frouxo o nosso aperto do abraço!
    Em certos momentos, vamos tendo ainda algum tempo um para o outro e descobrimos mundos novos nunca imaginados na imensa cumplicidade do caminho.
    Outras vezes, o rodopio da vida rouba-nos a ocasião de estarmos juntos e então parecemos apenas viajantes ansiosos da hora companheira de reunir ou de voltar!
    Mas o pior, o pior mesmo, é que para muitos já partiste e ficaste somente três letras tristes no escuro inconformado das ausências…

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  6. Bom dia, Cara Feiticeira:

    Como por inépcia minha nesta coisa de blogs o texto acima, intitulado Depois do Dia da Mãe, saiu sem assinatura: aqui vai, com a estima que mereces, um beijinho do autor,

    Jorge Tinoco

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