
Uma imagem é traiçoeira.
Se, por um lado, vale por mil palavras, lugar comum para significar que a descrição literária fica postergada ante plenitude de significação transmitida pela imagem, a verdade é que a imagem também cerceia a nossa imaginação ao dar-nos como adquirido o que se quis mostrar.
Ainda assim, acho que a imaginação é, por definição, insusceptível de grilhões...
Por exemplo, esta pintura, "Nude Woman Asleep", de William Etty, um pintor inglês do Século XIX, diz-nos muito, ou melhor, mostra-nos muito. Uma mulher dormindo, nua, de formas acentuadas, cabelos castanhos. Há um lençol ou um pano branco ... e ela jaz no que parece ser um tronco de árvore ...
Mas ... porque dorme esta mulher num tronco? Será um sono de rendição após um acto de amor, atendendo a que está ruborizada? Há quanto tempo dorme? E o lençol, qual a finalidade da sua existência? E quem a pinta é amante? Ou um vil ladrão de momentos intímos? Será ela uma prostituta ou uma mulher de convenções mas despida delas na intimidade? E quando acordou? Entregou-se de novo? Assustou-se com o pintor? Terá sido vítima de chantagem? ...
Do adquirido partimos para o mundo da incógnita, da delícia que é questionarmos o que se nos apresenta como dado. É nesse questionar, nesse indagar, nessa procura que crescemos e sentimos a vida...
Hoje apeteceu-me isto ...
Se, por um lado, vale por mil palavras, lugar comum para significar que a descrição literária fica postergada ante plenitude de significação transmitida pela imagem, a verdade é que a imagem também cerceia a nossa imaginação ao dar-nos como adquirido o que se quis mostrar.
Ainda assim, acho que a imaginação é, por definição, insusceptível de grilhões...
Por exemplo, esta pintura, "Nude Woman Asleep", de William Etty, um pintor inglês do Século XIX, diz-nos muito, ou melhor, mostra-nos muito. Uma mulher dormindo, nua, de formas acentuadas, cabelos castanhos. Há um lençol ou um pano branco ... e ela jaz no que parece ser um tronco de árvore ...
Mas ... porque dorme esta mulher num tronco? Será um sono de rendição após um acto de amor, atendendo a que está ruborizada? Há quanto tempo dorme? E o lençol, qual a finalidade da sua existência? E quem a pinta é amante? Ou um vil ladrão de momentos intímos? Será ela uma prostituta ou uma mulher de convenções mas despida delas na intimidade? E quando acordou? Entregou-se de novo? Assustou-se com o pintor? Terá sido vítima de chantagem? ...
Do adquirido partimos para o mundo da incógnita, da delícia que é questionarmos o que se nos apresenta como dado. É nesse questionar, nesse indagar, nessa procura que crescemos e sentimos a vida...
Hoje apeteceu-me isto ...
Beijos enfeitiçados...
Pássara!!!
ResponderEliminarComo te apetecem estas coisas??? :-)
Ana
O que te fizeram???
ResponderEliminarAfinal não tens só uma costela de feiticeira...
Loira
Desconhecia o quadro do famoso William...Mas como qualquer imagem é sempre passivel de descrição literária, ou não, eís o título que eu lhe colocaria: "O DIREITO DE ESTAR SÓ"...
ResponderEliminarNada mais que isso, uma mulher na sua intimidade...na sua solidão...na sua paz e equilibrio...supostamente devendo estar subtraída e resguardada do alarde e da publicidade...
E o paradoxo da imagem é exactamente essa questão: como se consegue o isolamento próprio da intimidade num tempo continuamente compretido pela vida moderna...
No caso da senhora do quadro o William não respeitou a sua vontade...
Aguardo mais interpretações e imaginações...